Como Vitor contou no POST anterior, ele resolveu dar o AR de sua LINDA GRAÇA, com 7 meses e 28 dias de vida. Acordei perto da 1h com dor e chamei Marcio para me dar o buscopan, tomei e fiquei meio sentada na cama, ele dormiu e eu acabei pegando no sono. As 3h 15 acordei com a bolsa totalmente rompida, enxarcando a mim e a cama.
Chamei Marcio dizendo que ligasse para minha mãe e para o hospital. Foi aquele corre corre, orientei as cças no que fazer para auxiliar Marcio, que parecia uma barata tonta. Só sai da cama quando percebi que tudo estava sob um certo controle, e ao me levantar muito liquido ainda descia, e comecei a chorar. Bateu o primeiro medo da perda !
Saimos em seguida e passamos na mamãe, no caminho fiz Marcio ligar para MANINHA ( DINDA de VItor ), só pensava em falar com ela pois sabia que ela acionaria as minhas nossas AMIGAS Pefumada e Energia, pois juntas estamos sempre, mesmo na distância entre Curitiba e Recife. E com elas 3 acionadas, de fato não estariamos mais sozinhos. Soube depois que MANINHA falou com elas quando amanheceu e as meninas PRONTAMENTE responderam, ficando a postos em oração e ligadas pelo amor que nos une.
Cheguei no hospital e fui prontamente atendida, estava com 2 cm de dilatação e com inicio das dores. Em 20 minutos entrava sozinha na sala de Pré Parto.
Chegando lá tinham duas COLEGUINHAS meio sedadas, que aguardavam a chegada de seus bebês. Eu fui novamente examinada, fizeram a tricotomia, passaram sonda para exame de urina e me colocaram um soro simples para hidratação.
Ouviram o coração de Vitor, estava batendo no compasso que eu tão bem conhecia, isso me deu um certo alivio.
A minha frente tinha um relógio, ao qual eu acompanhava cada compasso de seus ponteiros. Estava com dor, mas bem espaçadas uma da outra, e eu as controlava com
exercicio de respiração.
As 6h30 da manhã começa a movimentação na sala de Pré Parto, mudança de turno, mais medicos me examinando e os 3cm de dilatação que ali se mostraram permaneceram
presentes até a minha entrada na sala de parto.
A
mãezinha,como somos chamadas ali dentro, que estava ao meu lado, reclamava do inibidor de parto que deram para
ela, dizia que nao queria mais, pois ela vomitava muito.
Medicos explicavam que ela precisava, pois era seu 4 filho , sendo todos os anteriores de de cesárea , e ela não poderia entrar em trabalho de parto por este motivo. Ela insistia em dizer que nao iria tomar o remédio, e eu dizia a ela que tomasse, pois faria com que seu filho nao sofresse, ela dizia que nao se importava, pois ela que nao podia passar mal. Eu ali ao lado indignada, pois tudo que pensava naquele momento era em Vitor, e qualquer coisa que me pedissem para fazer para que ele ficasse bem eu faria. Bem a mulher não cedeu e tiraram a medicação dela com a autorização
Minhas dores oscilavam e como na hora do toque não conseguiam alcançar Vitor, acharam que ele se mantinha pélvico. Pediram as 8h30 uma liberação para a ultrassom
que deveria ter saido as 10h, mas so saiu as 14h30 e eu nem a fiz, já que Vitor entrou em sofrimento fetal e fui as pressas para a cesárea.
Vi uma Equipe em ação, todos preocupados,mas simplesmente os recursos oferecidos a estes profissionais , via SUS, é quase nulo diante da demanda de pessoas ali
presentes e carentes de um atendimento.
Mulheres chegavam, outras saiam e nada de meu ultrasom e nada de indução de parto e nada de nada.
As 11h começei em trabalho de parto ativo e pouco sentia os movimentos de Vitor e quando vinham ouvir o coração dele era sempre mais dificil escutar o
seu TUM TUM TUM. As dores se tornaram dilacerantes e eu ali respirando e pensando em Vitor e o quanto eu deveria ser forte por ele. Não se ouviu um gemido meu, pois o que vi ali é que quanto mais se reclamva de dor, menos atenção se tinha. Neste período bebês nasciam, mães gritavam, outras tantas iam lentamente para a sala de parto e nada de minha ultrasom sair. Mari, uma das enfermeiras insistia com a
ultrasom, e nada...até que as 14h, quando MARI saia de seu turno avisaram que as 14h30 eu e a outra
Mãezinha poderiamos
desceríamos para a ultrasom. Nesta hora as dores eram muito fortes, mas pedi a MARI uma caneta e papel para escrever um bilhete para Marcio, crianças e Mamãe e ela entregaria na sua saida. Ela conseguiu e eu deitada, em meio as dores escrevi a eles dizendo que estava tudo bem, que estava sendo bem tratada, que as dores eram suportáveis, que eu estaria indo para Ultra em meia hora para
confirmação de que Vitor estava pélvico.
Ainda disse aos PINTAINHOS que eu era uma LEOA MUITO
GUERREIRA E VALENTE e que eu os AMAVA muito ( escrevi entre lágrimas e muito medo, mas foi minha forma de tranquilizá-los ). Foi o meu exercício da Empatia, pois imaginei como eu estaria se estivesse no lugar deles, sem noticias concretas do que acontecia por ali.Mari de fato entregou o bilhete .
A enfermeira que entrou no turno da tarde era a Beth, e levou primeiro a
Maezinha que
não quis tomar a medicação para a ultrasom, ela então avisou
Marcio que eu seria a próxima a ir para a ultrasom. Nestes 40 minutos que
se sucederam fizeram a escuta de Vitor e seus batimentos inexistiam e Dr. Felipe calmamente me disse que fariam uma cesárea porque Vitor estava mesmo pélvico e que já tinha um bercinho separado para ele na UTI. Senti ali que as coisas tinham se complicado. Ele pediu que eu fosse ao banheiro e ao urinar tive um grande sinal de sangue. Ali só pude reforçar minhas orações e pedir ao PAI que ele cuidasse ainda mais de meu bebê.
eth foi chamar Marcio, pois eu disse que ele poderia entrar pois tinha feito o curso, mas foi impedido com a argumentação de que não era possivel por que estava
tudo muito tumultuado lá dentro. Falei com Má na porta do Centro Cirúrgico e só soube olhar para ele e pedir que orasse.
Na sala de parto, na hora que sentei na maca e o anestesista começou a fazer a punção caiu uma forte chuva e via ali as CHUVAS de de minha amiga PERFUMADA, senti o
perfume de rosas no ar e nem senti a anestesia. Ao me deitar na maca, enquanto preparavam o campo a equipe conversava sobre o almoço sola de sapateiro e tijolo de arroz, e zoavam comigo dizendo que eu deveria esta com mais fome que todos, eu zoei dizendo que aquele cardápio nao me apetecia. Um zoava com o outro e faziam chacotas de tudo, eu relaxei na atmosfera de bom humor e senti a forte
presença de minha amiga ENERGIA com seu bom humor que não nos
permite deixar a peteca cair no mais dificil de nossos momentos. E então o parto começou e senti uma paz imensa, uma serenidade gigante que me fez sentir a MANINHA ali comigo, segurando em minha mão, me fazendo um cafuné e comecei a
louvar a musica Deus de Aliança , Deus de Promessas,seguida de Meu Bebê ( canto de Maria para Jesus ) seguido de Rompendo em fé e passei o parto todo cantando . Dra.
Helen se encantou e Dr. Felipe me incentivou.
Vitor esava muito alto, e quando o viram dra.Helen disse:
Olha a bundinha !, e dr. Felipe disse:
"Não, é a
cabeça, ele está cefálico, erramos !"
Nesta hora meu coração gelou, e o BIG BOSS ( como chamam
dr. Alexandre , o chefe do setor ) disse:
"Fizeram o correto ele estava entrando em sofrimento" e então começou a empurrar Vitor, já que de fato ele estava muito alto.
Seguido ouvi o choro fraco de Vitor e o levaram dali.
Meu coração parecia ter parado e alguns minutos depois ele veio todo sujinho, nos braços da dra. Paula, ele respirava com muita dificuldade e uma looooooooonga parada,
e ela colocou ele bem pertinho de mim e eu disse:
"Filho você é a LUZ da nossa casa, amo muito você e tudo vai ficar bem,
já és VITORIOSO,está aqui com a mamãe, somos
Vencedores meu amor!".
Dra. Paula disse que ele iria para a UTI e que cuidariamu bem dele. Quando o levaram chorei muuuuuuuuuuito de alegria e de medo.
Ao sair para a sala de recuperação uma de minhas companheiras de trabalho de parto me perguntou de Vitor e eu disse que ele estava na UTI ela disse:"
">Não ele esta aqui ao meu lado" . Então veio a enfermeira e disse que ele reagiu bem ao Oxigênio e nao teve que ir para a UTI. Ela levantou-o por um segundo e eu disse:
Filho, meu
principezinho, parabéns por ser tao valente!
Disseram ali que eu já iria para o quarto , pedi para ficar
com a maca perto de Vitor, me disseram que eu perderia minha
vaga no quarto se eu ficasse ali.
Fui para o quarto em seguida veio Marcio, 20 minutos depois Vitor chegava por ter boa resposta ao Oxigenio. Disseram que se ele ficasse roxinho no nariz era para chamar a enfermagem que levariam ele para a pediatria. Um lado meu ficou feliz
e outro apreensivo, pois ficaria sozinha ali, cesareada, sem poder me mover , ainda anestesiada e com um Bebê totalmente dependente de mim. Naquela noite tinha uma
acompanhante autorizada com a filha e a netinha que fazia fototerapia , ela foi o ANJO da NOITE que me auxiliou com Vitor.
Os dias que se sucederam no hospital foram intensos, pois Vitor nao pegava o seio e a solução foi dar NAN no copinho. Marcio se fez presente nas manhãs e a tarde mamãe ficava. Naty ficou comigotambém e Daniel pode visitá-lo.As noites foram longas e os dias também, pois a cada copinho ele recebia seguidamente picadas em seu calcanhar que ainda estão roxinhos ) para controle da glicemia que oscilou entre 34 a 110.
Comecei então ali mesmo no hospital a estimular a sucção de Vitor com luva o que fez ele despertar e começar a mamar. Mais uma vitória, pois depois que voltamos para a
casa, mesmo com a compra do NAN ele só usou o leite MAN desta MAMADHI que os escreve.
Voltar para casa com nosso Pequeno Principe foi motivo de eterno agradecimento a DEUS, afinal eu e ele passamos juntos por nossa primeira prova de fogo.
Os dias que se seguem , só faço pensar em Vitor, em pensar em mim, cuidando de minha alimentação para que ele tenha muito leite e cresça saudável no que depender de mim.
A chegada de Vitor antecipadamente , parece ter me tornado uma Mãe mais Mãe ainda,e me faz ter a certeza que de que eles são a única razao de meu viver , que por eles faço e aconteço, que com eles me sinto mais forte.
Beijos de compartilhar da chegada de Vitor , com 2660 kg, 46 cm no dia da chegada da Primavera, 22/09/09.
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