sexta-feira, 20 de agosto de 2010
CINEMATERNA: Diversão e Informação
Semaninha puxada com os afazeres diários, Vitor cada dia mais ágil no desbravar da casa, eu montando um treinamento, disparando outro para divulgação e uma sessão do CINEMATERNA para dar um respiro.
A princípio pensei em não ir, por saber que era um drama e eu estava mais para uma comédia. Mas sair de casa, Vitor interagir com outras crianças e eu com outras mães era o objetivo maior. Mãe aos 41 anos tem disso, minhas amigas ou não tem filhos ou já estão com filhos adultos ou adolescentes, e esta troca ao vivo e a cores me faz falta.
Chegamos lá, eu e Vitor, e logo fomos para o tapetinho. Vitor mais desinibido interagiu com os amiguinhos presentes. Assim que começou o filme ele pediu TêTê e dormiu.
O filme , O Estranho em Mim, uma produçao alemã e grande vencedor da Competição de Novos Diretores da 32ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Trata de um distúrbio comum que é a depressão pós-parto.
A primeira metade do drama acompanha Rebecca (Susanne Wolff), que espera a chegada de seu primeiro filho. O menino nasce saudável, mas a mãe logo se vê com sentimentos conflitantes em relação à (sua) nova vida.
O que parece a princípio um desinteresse pelas obrigações maternas evolui rapidamente para um perigo à criança: Rebecca o esquece na rua, flerta com a idéia de deixá-lo no fundo da banheirinha e a repulsa pelo marido também não tarda a chegar.
Diagnosticada depois de uma crise , Rebecca é internada - e o foco do filme passa às reações da família e sociedade à inadmissível idéia de uma mulher que rejeita o próprio filho. Dessa forma, a diretora faz uma denúncia sobre o problema e mostra o preconceito pela condição, mesmo depois do tratamento.
A diretora conduz com competência a passagem da gravidez e pós-parto ao abandono do lar pela mãe. É possivel acompanhar o segredo de Rebecca e, ao mesmo tempo, a ausência emocional do marido - incapaz de perceber o problema.
A segunda metade, em que é retratado o lento processo de cura, é igualmente densa. Se dá aí a chance de restauração também do marido.
Afinal a dor atinge a todas as pessoas envolvidas com quem está com a depressão.
Com belissima cinematografia, tempo cadenciado e sem apelar ao melodrama, a produção por certo ficará restrita ao público que frequenta as salas de arte ou aos CINEMATERNAS espalhados pelo País, normalmente conhecedor do problema. Uma pena!
Pois enquanto o acesso ao Prozac e Fluoxetina continuará onde sempre esteve e veremos por certo ainda , muitos bebês sendo jogados no lixo às margens da sociedade.
Mesmo ontem eu desejando ver uma comédia, sai de lá com o desejo de divulgar o filme. Pois só quem viveu a dor de uma depressão ( e quem esteve perto de quem a viveu ), sabe o quanto é um estar só em si mesma.
CINEMATERNA é sim, diversão e informação.
Beijos de recomendo os dois :)
MAMALUZ
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Lênia,
ResponderExcluirTambém achei que você fosse assistir a um filme de comédia. Filme denso e com ele um leque de perguntas ficaram rondando minha mente. Depressão pós-parto deveria ser muito mais divulgado. Não é nada fácil para a mulher. A abertura deste assunto me faz pensar que o tabu ainda existe em alguns lares, principalmente entre aqueles que sofrem desta depressão.
Fiquei muito pensativa!
Que venha a próxima CINEMATERNA! Quero rir com um post de comédia!
Beijos, beijos!
Elaine
Lênia vc viu tudo isso no filme? Eu não vi nada, mas já li muito sobre DPP, graças a Deus não tive, acho que é um assunto que devia ser mais abordado em filmes, documentários, telejornais.
ResponderExcluirBjão, adorei seu cantinho!